O mercado imobiliário vive uma transformação silenciosa, porém profunda. Incorporadoras que desejam manter competitividade e valor percebido em seus lançamentos já não podem tratar a tecnologia como um item opcional. A demanda dos compradores por ambientes mais inteligentes, conectados e energeticamente eficientes cresce em ritmo acelerado — e isso exige que os projetos de automação residencial, automação predial e monitoramento energético façam parte da concepção do empreendimento desde as primeiras fases.
A mudança no comportamento do consumidor é um dos principais motores dessa tendência. Famílias e empresas esperam que suas novas unidades venham preparadas para experiências integradas: controle de iluminação, climatização e segurança por aplicativos; infraestrutura de rede robusta; sensores que otimizam consumo; e soluções que garantem conforto, segurança e previsibilidade operacional. Esses requisitos deixaram de ser diferenciais e passaram a compor o novo padrão de mercado.
Para as incorporadoras, isso se traduz em vantagem competitiva direta. Empreendimentos com projetos tecnológicos bem estruturados alcançam melhor posicionamento comercial, reduzem retrabalhos durante a obra e entregam unidades com maior valor agregado. Além disso, antecipar a infraestrutura de automação e monitoramento reduz custos futuros de adaptação, evita intervenções invasivas e melhora a percepção de qualidade construtiva.
Outro ponto central é a eficiência energética. Sistemas de medição e monitoramento, aliados a sensores e automação, permitem reduzir gastos condominiais, aumentar a sustentabilidade do empreendimento e atender às exigências normativas e ambientais que se tornam cada vez mais rigorosas. Ao integrar esses recursos desde o projeto, a incorporadora cria diferenciação real e mensurável — algo cada vez mais valorizado por compradores e investidores.
Além dos novos empreendimentos, vale lembrar que existe uma necessidade crescente de atualização tecnológica dos imoveis existentes (também denominado retrofit) e em uso normal. Aumentar o conforto e a segurança de usuários assim como reduzir os custos de uso e manutenção são conceitos obrigatórios para os gestores condominiais. Importante mencionar que atualmente existem tecnologias de automação e conectividade que são muito mais simples de instalar, causando pouco impacto na operação do edifício e trazendo resultados imediatos.
Como um exemplo de atualização tecnológica podemos citar o Programa de Retrofit Tecnológico de Hotéis, lançado recentemente pela ABIH (Associação Brasileira da Industria de Hotéis) que tem este objetivo e, através do qual, ficou demonstrada a viabilidade econômica dos investimentos, ou seja, taxa de retorno muito adequada e implantação simplificada, sem causar impacto na operação normal do hotel.
Em síntese, os empreendimentos em geral, sejam residenciais, corporativos ou de diferentes tipos de uso, precisam estar preparados para um mundo conectado e orientado por dados. Incorporadores, investidores e gestores prediais que incorporam tecnologia como parte do seu projeto, e não apenas como opção decorativa na entrega, constroem produtos mais duráveis, mais eficientes e mais alinhados às expectativas dos usuários modernos. A tecnologia, hoje, não apenas complementa o imóvel: ela define seu futuro valor de mercado.

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