Por quê a construção civil deve adotar um projeto de automação em seus empreendimentos?

Autor: José Roberto Muratori

Atuando há mais de 20 anos no mercado de Automação Residencial e Predial, na última década nos dedicamos e concentramos os esforços do nosso escritório no atendimento de incorporadoras e construtoras. Este atendimento compreende desde uma consultoria inicial até a elaboração de um projeto detalhado de infraestrutura para automação e demais sistemas tecnológicos voltados aos novos empreendimentos.

Devido ao nosso histórico, os empreendimentos residenciais compreendem a maior proporção do nosso portfólio. Mesmo assim, seguimos atendendo projetos para uso corporativo, como outros para usos específicos, tais como hotelaria, escolas e comercio.

Nossa dedicação é focada na entrega de um projeto bem dimensionado e que objetiva atender o empreendimento não somente na etapa inicial de ocupação, mas que permita um uso e manutenção eficientes e seguros ao longo de toda sua vida útil.

Ao longo destes anos, notamos um interesse crescente dos incorporadores na adoção de um projeto específico para abrigar estes sistemas e prever a utilização futura de modernas tecnologias. No entanto, se olharmos para o mercado da construção civil como um todo, infelizmente constatamos que esta escala de adoção ainda é muito baixa.

Com o surgimento frequente de novas e variadas tecnologias, a cada momento com um custo de implantação sendo reduzido e proporcionando cada vez mais facilidade de implantação e segurança na sua utilização, este fator chega a ser surpreendente!

A cada momento nos deparamos com justificativas sérias e bem fundamentadas para que este cenário mude, mas percebemos que ainda é um desafio fazer o incorporador aderir aos argumentos.

Temos visto publicações na mídia sobre bons resultados obtidos pelos empreendimentos que souberam aproveitar este fator como uma diferenciação sensível no mercado, trazendo valor agregado e velocidade de vendas acima da média. 

Assim. seguimos na busca de um retorno cada vez mais intenso dos incorporadores e gestores de novos empreendimentos nesta questão. Em nossa visão, a adoção destas tecnologias é inadiável... e é preciso reforçar a mensagem de que um novo empreendimento que está sendo agora projetado somente estará pronto para uso dentro de no mínimo três anos!

Neste sentido, qual seria o argumento para adiar mais ainda este tipo de decisão?

A seguir inserimos breves trechos de matérias recentes na imprensa:

“A construtora está incorporando inovações como automação residencial e sistemas de segurança de última geração em seus empreendimentos. Estas tecnologias não apenas melhoram a experiência dos clientes, mas também asseguram que os projetos sejam sustentáveis e adaptados às demandas modernas” (Folha de São Paulo, 29/08/2024)

“Além dos apartamentos, o mercado imobiliário está de olho nos prédios inteligentes ou prédios 4.0. Eles são peças fundamentais para o desenvolvimento das cidades inteligentes por apresentar recursos de conectividade e de digitalização e por se basear em princípios de sustentabilidade. O fato é que unidades inteligentes em prédios inteligentes ajudam as cidades a se tornarem mais sustentáveis, eficientes e centradas nas pessoas, graças à gestão das informações”.
(O Globo, 01/09/2024)


Democratizando a automação de edifícios

Fonte: https://www.buildings.com

Aumentar a eficiência operacional e energética dos edifícios enquanto se atingem as metas gerais de sustentabilidade é vital. Veja como o software de gerenciamento de edifícios pode dar suporte a proprietários e operadores para atingir essas metas.


Com a crescente conscientização sobre sustentabilidade e o aumento dos custos de energia, o BMS (Building Management System) está se tornando essencial para edifícios de todos os tamanhos. Mudanças no cenário regulatório, como a Energy Performance of Buildings Directive (EPBD) na UE, também estão levando os proprietários ao uso obrigatório desses sistemas, também em imóveis comerciais menores.

Embora muitos edifícios grandes — incluindo aeroportos, hospitais, campi universitários e complexos de escritórios — já tenham investido em BMS, a maioria dos ativos de pequeno e médio porte não possui esse software. Apesar dos edifícios consumirem 40% da energia global, é surpreendente que os menores ainda não tenham software fundamental para as operações prediais. O BMS é um fator-chave para o gerenciamento eficiente de edifícios e não deve ser restrito apenas a grandes imóveis. Portanto, é hora de democratizar o BMS e torná-lo acessível para todos os tipos de edificações.

Conhecimento é poder: como o BMS aumenta a transparência

Imagine dirigir um carro sem velocímetro ou display de consumo de combustível — você precisaria abastecer diariamente para garantir que tem combustível suficiente para chegar em casa, sem nenhuma indicação de quanto está realmente sendo usado. Essa falta de transparência é muito comum na maioria dos edifícios  hoje em dia.

O BMS fornece dados cruciais sobre o desempenho do edifício, aumentando a transparência. Por exemplo, os gerentes de HVAC do edifício podem ser notificados sobre falhas do sistema antes que elas aumentem, permitindo manutenção oportuna e garantindo operações mais suaves.

Além disso, edifícios sem BMS correm o risco de ineficiência energética, o que resulta em altos custos de energia. Por exemplo, no inverno, uma temperatura ambiente de 21,5 graus C pode ser confortável, mas reduzi-la para 20 graus pode resultar em economias significativas de energia e custos. Essas decisões conscientes, no entanto, exigem transparência de dados. Na verdade, os principais motivadores da ineficiência energética em edifícios são óbvios e fáceis de consertar. Por exemplo, operar simultaneamente equipamentos de aquecimento e resfriamento ou deixar janelas abertas enquanto o aquecimento está ligado. Aqui estão as principais vantagens da democratização do BMS.

1. Maior sustentabilidade e eficiência energética

Ao monitorar, gerenciar e otimizar o consumo de energia em edifícios de pequeno e médio porte, o BMS reduz significativamente o desperdício de recursos e permite melhor uso de fontes de energia renováveis. Isso beneficia o meio ambiente e leva a economias substanciais nos custos de energia. Se mais edifícios puderem otimizar seu uso de energia, há um imenso potencial para reduzir as emissões gerais de carbono, contribuindo para as metas de sustentabilidade.

2. Menores custos de manutenção e equipamentos

Os sistemas automatizados simplificam o gerenciamento de edifícios, reduzindo a necessidade de supervisão manual constante. Isso se traduz em menores custos de mão de obra e menos visitas no local. O BMS também permite a manutenção preditiva utilizando dados históricos e em tempo real e alertas sobre o desempenho do equipamento. Identificar problemas antes que se tornem grandes problemas ajuda a evitar reparos dispendiosos, tempo de inatividade inesperado e pode reduzir os ciclos de manutenção. Tudo isso pode dar suporte aos proprietários e gerentes de instalações com seu gerenciamento de investimentos.

3. Melhor desempenho e conformidade do edifício

A democratização do BMS garante que edifícios de todos os tamanhos possam atingir padrões de desempenho mais altos. Os sistemas otimizados levam a uma melhor qualidade do ar interno, regulação consistente da temperatura e maior conforto para os ocupantes. Eles também ajudam edifícios de pequeno e médio porte a cumprir com os regulamentos e padrões de eficiência energética mais facilmente. Isso não apenas reduz os custos de conformidade, mas também pode fornecer benefícios financeiros adicionais.

BMS para todos

Implementar um BMS simplificado que seja fácil de projetar e operar em todos os edifícios é um passo crucial para reduzir as emissões de carbono e minimizar o consumo de recursos. Além disso, os proprietários de edifícios se beneficiam de custos operacionais mais baixos e padrões aprimorados. Democratizar o BMS garante que as vantagens da automação de edifícios sejam acessíveis a todos, promovendo um futuro onde eficiência e sustentabilidade sejam as normas em todo o setor imobiliário.

O Impacto do BIM em Todas as Etapas do Ciclo de Vida de um Empreendimento

 Fonte: 





O Building Information Modeling (BIM) ou Modelagem da Informação para Construção é um conceito que podemos resumir como sendo uma abordagem disruptiva. O mesmo se refere, em geral, à maneira como concebemos, projetamos, construímos e gerenciamos edificações - estando, portanto, relacionado à construção civil e consequentemente à Engenharia Civil. Neste texto do Engenharia 360, exploraremos em detalhes como o BIM impacta e otimiza o ciclo de vida de um empreendimento de forma completa, desde sua concepção até seu desmonte.

Leia o artigo completo clicando aqui

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Mais artigos sobre o BIM em nosso blog:

A Frente Parlamentar em Defesa do Sistema de Modelagem da Informação da Construção (FP/BIM) foi oficialmente lançada

A Frente Parlamentar em Defesa do Sistema de Modelagem da Informação da Construção (FP/BIM) foi oficialmente lançada

 Fonte: https://www.bimforum.org.br/

A Frente Parlamentar em Defesa do Sistema de Modelagem da Informação da Construção (FP/BIM) foi oficialmente lançada no dia 30 de agosto de 2023, no Salão Negro do Congresso Nacional, pela Câmara dos Deputados. O objetivo desta iniciativa é disseminar e fomentar o uso da metodologia BIM, incentivando sua adoção em projetos de construção no âmbito público.

Segundo o deputado Júlio Lopes, presidente da FP/BIM, o BIM é uma solução fundamental para a economia e eficiência, servindo como base para programas relevantes e compartilhamento de projetos em todas as etapas, permitindo que as obras fiquem até 20% mais baratas e levem 30% a menos de tempo para serem concluídas.

Presente à cerimônia, Rodrigo Koerich, presidente do BIM Fórum Brasil, ao iniciar sua fala, destacou que a sensibilização em torno do BIM evoluiu significativamente. "Antes, as pessoas não entendiam o que era BIM e duvidavam de sua relevância, mas, hoje, testemunhamos uma mudança notável. Desde o Governo Federal até os governos estaduais e prefeituras, o movimento de sensibilização tem sido forte e efetivo, incluindo ações como a retomada da Estratégia BIM BR e a inclusão do uso desta metodologia em programas como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida ", ressaltou ele.

Sobre a FP/BIM ganhar destaque dentro do objetivo de garantir maior eficiência e economia para o setor da construção no país, Koerich reforçou a importância dessa iniciativa: "Agora, com o apoio desta frente na Câmara, estamos respaldados para alinhar a legislação à adoção do BIM. A colaboração da Câmara é vital para nosso progresso."

O presidente do BFB também ressaltou que o setor possui vários recursos, incluindo guias e vídeos produzidos por várias entidades, todos integrados nesse processo de disseminação do BIM. “O papel do BIM Fórum Brasil é o de promover harmonia, conectando as entidades e as empresas em prol dessa adoção organizada do BIM. Trabalhamos em ações integradas, para que haja sinergia, aproveitamento e compartilhamento de ações”, afirmou Koerich.

Na dinâmica da FP/BIM, haverá encontros e eventos para facilitar o diálogo entre parlamentares, empresas e órgãos de controle, visando ampliar o uso do BIM. Júlio Lopes também mencionou que o BIM foi incluído como elemento preferencial na Lei de Licitações 14.133/2021, a entrar em vigor em abril de 2024. Ele afirmou: "Com essa lei, as obras prioritárias também deverão adotar o BIM. A Frente terá um papel crucial na modernização do país, agilizando e otimizando a execução de projetos."

O lançamento da Frente Parlamentar também teve a presença de Rafael Codeço, do MDIC, Hildo Rocha, do Ministério das Cidades, e do Coronel Washington Lüke, coordenador executivo da FP/BIM, além de representantes de entidades e empresas do setor da Construção Civil.

Desafios da implantação do BIM na construção civil brasileira

Aqui vamos tratar sobre a importância do Building Information Modelling (BIM) para alavancar o setor da construção civil. 

O texto a seguir é de uma publicação do CTE, uma importante referencia do mercado:

Estamos nos referindo a uma metodologia que reúne tecnologias e processos integrados para a criação, utilização e atualização de modelos de informação de uma construção, de modo colaborativo.

O BIM é capaz de auxiliar as empresas a superar uma série de desafios nas etapas de projeto e de obras. Entre eles, o estouro dos orçamentos.

Pesquisa recente realizada pela Thórus Engenharia e pela Otus detectou que, em um universo de 281 construtoras e incorporadoras brasileiras, apenas 20% conseguem finalizar suas obras dentro do orçamento. Pior, quase metade das construtoras sofre com custos até 6% acima do previsto, valor que corrói margens e compromete a sustentabilidade dos negócios.

Mas o dado mais interessante do estudo, que pode ser acessado aqui, é que entre as construtoras que utilizam BIM, 90% conquistaram maior assertividade em seus orçamentos após a implantação da metodologia.

Se por um lado os benefícios associados ao uso do BIM são enormes, por outro sua implantação impõe quebras de paradigmas no que diz respeito às pessoas, aos processos e à tecnologia.

Questões relacionadas à interoperabilidade, falta de profissionais qualificados e infraestrutura tecnológica, além da complexidade intrínseca ao próprio BIM, são alguns obstáculos.


Por isso, nossa dica de hoje é o e-book “BIM”, desenvolvido pela Rede Construção Digital, Industrializada e Sustentável (RCDI+S). 

A publicação aborda estratégias e práticas para implantação da metodologia e inclui um capítulo com viés prático dedicado à elaboração de BIM Execution Plans (BEPs).

Faça o download gratuito agora mesmo.